quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

@manuportnogfer


(Continuação do post do dia 15/01)

- Não seria seguro pra você! – Eu bufei, e me levantei rápido demais, ainda estava tonta, ele me segurou pela cintura, nossos rostos próximos demais.

Nunca havia reparado em como seus olhos eram profundos, mas agora reparei. Nunca havia notado direito a frieza glacial de sua pele, mas agora era impossível não reparar, não reparar no perfume doce e agradável que ele exalava, e o contraste perfeito de seus cabelos negros em sua pele clara.

Estávamos perto de mais, tanto que rocei meus lábios levemente nos seus, aproveitando seu gosto. Uma onda elétrica passou pelo meu corpo, e pareciam vim dos locais onde seu corpo encontrava o meu, estava tão entorpecida com seus lábios, que demorei a perceber minhas mãos em seus cabelos, e sua mão em minha nuca, me puxando mais pra perto, uma de minhas pernas foi parar em sua cintura, enquanto sua língua invadia minha boca, e percebi que estávamos recostados no braço do sofá, e minha mente finalmente processou o que estava acontecendo. Me separei dele, ofegante, ele não me soltou, mas sim sentou no sofá, me puxado para seu colo. Eu deveria me afastar, eu sei, isso não era normal, uma bruxa e um vampiro...

Mas eu simplesmente não conseguia, e não queria, pousei minha cabeça em seu ombro, e fechei os olhos, aproveitando o momento.

- Bree – Ele começou a falar mas eu o impedi, colocando dois dedos em sua boca!

- Por favor, este beijo foi especial pra mim, se você não sentiu nada, por favor não estrague o meu momento! – Dei uma pausa antes de continuar – Ao menos por enquanto. – Abaixei a cabeça, com medo do pensamento que me ocorrera. Eu estava perigosamente ligada demais a ele. Ele então puxou minha mão e colocou minha palma em seu pescoço.

- Somente nos meus “sonhos” você daria seu coração pra mim, por que você é a única capaz de fazer meu coração gelado e morto, voltar a bater.- Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, a quanto tempo eu não chorava?

Ele passou os dedos frios pelos meus olhos, descendo pelo meu rosto até o meu queixo, que ele levantou, para que, hesitante, pudesse depositar seus lábios frios sobre os meus. Ficamos assim por um tempo interminável, até que afastei meu rosto do seu. Havia algo muito importante que ele precisava saber.

- Por tempo demais eu procurei a mim mesma, me procurei até mesmo em lembranças de uma vida que passou, que não me pertence mais, tanto que esqueci quem eu me tornara, esqueci o futuro, e tudo isso na verdade me ofuscava! – Senti seus braços me apertarem delicadamente, me confortando. – Mas agora, parece que minha vida não é mais um ponto vazio, e finalmente eu não estou mais parada no tempo, por que você é meu sol, e minha lua, meu ar e meu chão, finalmente eu encontrei alguém que preenche meu espírito. – Pude ver uma linha de sangue ir de seus olhos até o canto de sua boca, eu passei o dedo na pequena lágrima, e nós nos aprofundamos em mais um beijo. Um beijo sem pressa, afinal nós tínhamos toda a eternidade, mas mesmo assim intenso. Quando paramos, não precisamos dizer mais nada, apenas contemplei seu sorriso. O resto da tarde se passou assim, ficamos entre beijos e abraços.

- Está com fome? – Ele me perguntou enquanto me ajeitava em seus braços.

- Estou.

- Hoje eu cozinho! – Ele me sentou no sofá e foi em direção a cozinha.

- Não, você vai acabar com o meu estoque de comida! – Pulei em suas costas, e ele soltou uma risada alta.

- Estou sendo atacado por uma bruxa, ela que comer meu cérebro! – Não consegui evitar a risada, e ainda estava rindo quando ele me sentou na mesa, e ficou entre minhas pernas, beijando meu pescoço, ai eu tive que parar de rir para poder arfar.

Depois de ser forçada a comer quilos de comida. Fui para meu quarto me preparar para dormir.

Estava tão feliz que nem prestei atenção em quanto tempo demorei no chuveiro. Nunca estive tão feliz assim, nem mesmo quando humana.

Saí do banheiro envolta em uma toalha, e quem estava na minha cama parecendo mais um Deus Grego do que um mero vampiro?

Anthony estava muito acima de qualquer vampiro, com a luz do luar banhando calorosamente sua pele, ele era de tirar o fôlego. Eu me sentia olhando um esplendoroso pôr-do-sol em uma ilha caribenha, um pôr-do-sol noturno!

Ele virou-se para mim, enquanto seus olhos devoravam meu corpo.

Uma de suas sobrancelhas se ergueu.

- Você fica linda de preto, mas deve ficar ainda melhor sem roupa alguma. – Ele veio em minha direção, e me puxou pela cintura em direção a cama.

Ele puxou o nó da toalha, deixando-a cair sobre nossos pés, e em seguida começou a beijar meus ombros, subiu para o meu pescoço, até chegar aos meus lábios. Até que ouvimos batidas fortes na porta. Este tipo de coisa só acontece comigo! – Porém os braços de Anthony me apertaram a sua volta, eu tentei me libertar para poder abrir a porta, porém ele era mais forte, e me apertou ainda mais.

- O que está acontecendo? Eu tenho que abrir a porta! – Seus olhos antes inexpressivos agora estavam preocupados.

- Você não pode atender a porta. Tem um lobisomem lá fora.

- Como?

- Eu não sei, mas já consigo sentir o cheiro!

- Anthony concentre-se na mente dele, como ele nos achou? – Meu vampiro –agora eu posso – se sentou na cama, me puxando para seu lado, fechando os olhos e se concentrando, as batidas na porta ficaram mais insistentes.

- Ele só quer conversar, não percebeu meu cheiro ainda. – Virou-se para a minha janela – eu vou sair, despiste-o.

- NÃO – Tentei o puxar de volta á cama.

- Eu vou ficar bem, mas não o deixe entrar no seu quarto. Assim q o sol se por eu volto, só por garantia.

- Você tem celular?

- Tenho, leve-o, e deixe o número no meu, eu vou tentar tirar seu cheiro dos móveis. – Ele assentiu, e eu me dirigi ao sótão, pegando o que precisava e retornando a sala.

Acendi o isqueiro, e – murmurando o encantamento – peguei sua fumaça entre os meus dedos, e a fiz se proliferar e se espalhar pela sala, quando a cortina cinzenta sumiu, eu abri a porta. Encontrando um Justin Devan – surpreendentemente – com um sorriso amigo.


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